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CLOSE-UP: A grande festa do cinema em Famalicão

Jornal do Ave

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“Memórias do Futuro” é o mote do 9.º CLOSE-UP, o Observatório de Cinema de Famalicão, programado pela Casa das Artes de Famalicão. De 12 a 19 de outubro, o público de todas as idades tem acesso privilegiado a uma programação com mais de 30 sessões de cinema. O festival vai proporcionar o diálogo com o público através das sessões comentadas e do cruzamento de géneros artísticos, um traço característico e identitário da grande festa do cinema em Famalicão.

A sessão de abertura, marcada para sábado 12 de outubro às 21h45, no Grande Auditório da Casa das Artes de Famalicão, está reservada para a estreia do Cine-concerto de Surma para a mítica curta metragem O Cão Andaluz, de Luis Buñuel, co-escrita por Salvador Dalí, seguida da apresentação do novo disco da cantautora, “alla”, composto em trio com João Hasselberg e Pedro Melo Alves.

A programação de Cine-Concertos prossegue com STRATA de Joana Gama & Luís Fernandes, na quarta-feira, 16 de outubro, às 21h15, no Teatro Narciso Ferreira. Trata-se um projeto que marca os 10 anos de colaboração entre Joana Gama ao piano e Luís Fernandes na eletrónica. Os músicos convidaram o realizador Eduardo Brito para a criação do imaginário visual deste espetáculo.

GLIMMER de Rui Horta e Micro Audio Waves encerra o 9.º episódio de CLOSE-UP no sábado, 19 de outubro, às 21h45, no Grande Auditório da Casa das Artes de Famalicão.

Estreado este ano no Teatro Aveirense, 15 anos depois da primeira colaboração entre o coreógrafo e a banda, GLIMMER propõe o encontro entre ideias, emoções e a construção de futuro, atravessando questões que vão desde a ecologia à inclusão, ao amor, à tecnologia e à poesia, indo de encontro ao tema a que CLOSE-UP se dedica a explorar este ano, as Memórias do Futuro. O espetáculo conta com interpretação de Claudia Efe, Gaya de Medeiros, Carlos Morgado, Flak e Francisco Rebelo, encenação e coreografia de Rui Horta em colaboração com os intérpretes, conteúdos digitais e realização vídeo de Stella Horta.

Há também uma manhã musical dedicada às famílias. No domingo, 13 de outubro às 11h30, no Grande Auditório da Casa das Artes de Famalicão, tem lugar o Cine-concerto de duas curtas de Charlie Chaplin, pela Orquestra da Costa Atlântica, fundada há quase 10 anos por Ana Carolina Capitão e Luís Miguel Clemente, o seu Maestro Principal, que vai acompanhar as delirantes deambulações de Charlot, o personagem de eleição de Charlie Chaplin, em A Loja de Penhores (1916, 30 min) e O Imigrante (1917, 30 min).

Para além deste cine-concerto, o programa para Famílias inclui a oficina Imagens Lá de Casa de Tânia Dinis (13 de outubro, às 15h30, na Sala de Ensaios) e o regresso à mente de Riley pela Pixar em Divertida-mente 2 (19 de outubro, às 11h00).

A secção Paisagens Temáticas dedica-se a explorar as Memórias de Futuro, as ideias de futuro presentes no cinema ao longo de várias gerações, através de percursos e narrativas singulares pontuados por personagens com um olhar para o futuro em vidas passadas, num diálogo com as imagens que se define como um eterno retorno. 

Serão exibidos Saint Omer, de Alice Diop (comentado por Alda Rodrigues, tradutora, e Alexandre Andrade, escritor e professor universitário), Leão de Prata e o prémio Luigi de Laurentiis da 79.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, o documentário Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz (comentado por João Antunes, crítico e programador de cinema), A Sala de Professores de Ilker Çatak, filme nomeado para o Óscar de Melhor Filme Internacional, Futura, ou o que está por vir, de Alice Rohrwacher, Francesco Munzi e Pietro Marcello (comentado por Carlos Natálio, crítico e professor universitário), que revisita Pasolini, Videodrome de David Cronenberg, Bom Dia, de Yasujirô Ozu e Vidas Passadas, de Celine Song, estreado no festival Sundance e esteve nomeada para os Óscares de Melhor Filme e Argumento Original.      

Para além das viagens de ida e volta no tempo, CLOSE-UP revisita, em 2024, na secção As Histórias do Cinema, o realizador recém desaparecido William Friedkin. Em tom de homenagem, serão exibidas quatro obras maiores do cineasta, consideradas também como as maiores obras do cinema norte-americano da década de 1970, respetivamente Os Incorruptíveis contra a droga (comentado por Edgar Medina, argumentista e produtor, O Comboio do Medo (comentado por João Palhares, programador de cinema), O Exorcista na versão director’s cut, e por fim A Caça (comentado por Susana Bessa e Luís Mendonça, críticos de cinema). Em diálogo com esta programação, será inaugurada, dia 12 de outubro, às 15h00, a exposição Imagens da Nova Hollywood, numa parceria reiterada com o Museu de Cinema de Melgaço e o espólio deixado por Jean-Loup Passek.

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A secção Fantasia Lusitana foi este ano entregue à dupla João Pedro Rodrigues & João Rui Guerra da Mata, que partem do seu mais recente filme, Onde Fica Esta Rua? Ou Sem Antes Nem Depois, para criaŕ um mapa de relações entre o seu trabalho e o movimento iniciado pelo cinema novo do cinema português, com o filme Verdes Anos de Paulo Rocha no centro. Nesta teia serão não só exibidos os dois filmes já mencionados como também Dina e Django (1981) de Solveig Nordlund, filme sobre um país que se libertava da ditadura e uma relação amorosa que se agitava como uma rima com o verso de Sérgio Godinho: a sede de uma espera só se estanca na torrente, e As Ruínas no Interior (1976) de José Sá Caetano, que explora o verão de uma família burguesa nas vizinhanças de uma comunidade piscatória, num país ambientado na paz podre de uma ditadura sobressaltado por sintomas da guerra.                            

Há também Isto não é um filme?, a secção dedicada a apresentar obras que desafiam as margens do território do cinema, que este ano apresenta Daaaaaali! e Yannick, as duas últimas longas metragens do excêntrico realizador, argumentista, montador e diretor de fotografia, Quentin Dupieux.

Os quatro café-concertos da secção Café Kiarostami pontuam o Observatório de Cinema da Casa das Artes de Famalicão com incursões na música e na literatura, sempre com um cruzamento com o cinema. Este ano os cafés-concertos contam com músicas do mundo e do ativismo político apresentadas por Daniela Tomaz e Vítor Ribeiro, Diários e Cadernos de Patricia Highsmith apresentados por Alda Rodrigues, em parceria com Alexandre Andrade, um debate sobre a circulação do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, em parceria com a Cinemateca Portuguesa, e um DJ set de Manuel Carvalho que encerra o CLOSE-UP.

A programação da nova edição do CLOSE-UP está disponível em closeup.pt e casadasartes.org.

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